A Questão Coimbrã tratou-se de uma polémica literária que teve como principais conflituantes Antero de Quental e António Feliciano de Castilho. Com efeito, algumas publicações de seguidores de Castilho e a celebérrima carta deste ao editor do “Poema da Mocidade”, de Pinheiro Chagas, onde o patriarca das letras tece elogios a este escritor e o recomenda para docente da cadeira de Literatura a que Antero também aspirava, constituem o rastilho para a troca de libelos, destacando-se o folheto “Bom senso e bom gosto”, no qual Antero reclama a liberdade e autonomia do escritor e apela ao seu envolvimento social.
A Geração de 70 está associada à tomada de consciência de uma época em que a mudança e uma nova mentalidade se impõem. Por volta de 1865, um grupo de jovens estudantes coimbrões, do qual Antero é o líder incontestado, transformam-se em pensadores, artistas, historiadores, escritores, poetas e contactam com as novidades vindas de França, Inglaterra e Alemanha. Eles, rapidamente, revelam o seu inconformismo face à inércia e conservadorismo português. Na tentativa de entender o Romantismo, apercebem-se da necessidade de desenvolver uma revolução cultural porque:
O Primeiro Romantismo limitou-se aos problemas nacionais;
O Segundo Romantismo limitou-se a aprofundar o sentimentalismo levado à frustração, afastando as ideias novas da arte em geral.
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