domingo, 13 de novembro de 2016

O Contexto Político e Social do Romantismo Português

O nosso movimento romântico surgiu no contexto das lutas liberais que, a partir de 1820, constituíram o acontecimento que marcou definitivamente a nossa História política e social do século XIX e o ponto de viragem para a modernidade.

O eco das ideias da Revolução Francesa chegara já aos nossos pré-românticos, deixando marcas na sua poesia, principalmente, na poesia e vivências da Marquesa de Alorna e Bocage.

Posteriormente, na sequência das Invasões Francesas (1807-1810) as ideias liberais começaram a difundir-se e a ganhar adeptos.

Em 1820, deu-se uma revolta militar no Porto, revolta de carácter liberal, que levou a eleições para as Cortes no ano seguinte e que faz regressar o rei a Portugal. Em 1822 é jurada em Lisboa a 1ª Constituição liberal. Nesse mesmo ano, o herdeiro real, D.Pedro IV proclama a independência da colónia brasileira, da qual ele se tornou Imperador com o nome de Pedro I.

Em 1823, eclode a Vila-Francada, movimento militar reaccionário, liderado pelo Infante D.Miguel, irmão  de D.Pedro. D.Miguel, vitorioso do golpe, suspende, então, a Constituição e encerra as Cortes. Em 1824, o mesmo D.Miguel lidera novo movimento reacionário, destinado a destituir seu pai, D.João VI. 

É a altura de D. Pedro, herdeiro legítimo do trono de Portugal, renunciar ao seu título de Imperador do Brasil e vir para Portugal. Como esta era ainda menor, D. Miguel é designado regente, tendo jurado a Carta Constitucional, que o seu irmão outorgara. Pouco depois, porém, dissolveu as Cortes e fez-se nomear como rei absoluto; na sequência, novas perseguições aos liberais. Inicia-se então uma Guerra Civil, opondo absolutistas, sob comando de D. Miguel e apoiados pela Igreja e liberais, liberados por D. Pedro. A guerra prolonga-se por três anos, deixando profundas feridas entre os que a fizeram e a sofreram.

Não foi fácil, porém, o período que se seguiu, nomeadamente com as lutas politicas havidas entre os defensores da Carta Constitucional. 
No entanto, era já o final do Antigo Regime e a vitória dos novos tempos, marcados pelo poder da burguesia liberal vitoriosa. Importantes medidas foram tomadas, como a abolição dos morgadios e dos direitos senhoriais, o confisco dos bens da Igreja e a extinção das ordens religiosas.

A partir de 1851, teve lugar um movimento militar anticabralista, liderado pelo Duque de Saldanha, e incentivado por algumas grandes personalidades liberais, como Alexandre Herculano, em cuja casa, de resto, a revolução foi preparada.

Foi justamente no contexto das lutas liberais e pela consolidação da revolução liberal que se desenvolveu entre nós o Romantismo que nasceu em parte no exílio, com a chamada geração dos Românticos Vintistas.

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