domingo, 1 de maio de 2016

O Vilancete (Exemplo e Análise)

Este tipo de poema tem um mote - o início do poema que, na música, funciona como refrão - seguido de uma ou mais estrofes - as voltascoplas ou glosas - cada uma com 7 versos.
A diferença entre o vilancete e a cantiga depende do número de versos no mote: se houver 2 ou 3 é um vilancete, se houver 4 ou mais versos, então é uma cantiga.
Cada verso de um vilancete está normalmente dividido em cinco ou sete sílabas métricas (medida velha). Se o último verso do mote se repetir no fim da estrofe, diz-se que o vilancete é perfeito.
Vejamos agora, como exemplo, o vilancete abaixo:

Descalça vai para a fonte
Lianor pela verdura;
Vai fermosa, e não segura.

Leva na cabeça o pote,
O testo nas mãos de prata,
Cinta de fina escarlata,
Sainho de chamelote;
Traz a vasquinha de cote,
Mais branca que a neve pura.
Vai fermosa e não segura.

Descobre a touca a garganta,
Cabelos de ouro entrançado
Fita de cor de encarnado,
Tão linda que o mundo espanta.
Chove nela graça tanta,
Que dá graça à fermosura.
Vai fermosa e não segura.

Vemos que o mote aqui descreve a ação geral realizada por Leonor, a amada do sujeito poético; e na volta, o poeta apenas fala do assunto mostrado no mote, que é a sua amada.
Na volta, o sujeito poético faz a descrição da figura feminina tratada no mote, descrevendo imensamente a beleza física e psicológica da sua amada, demonstrando assim o fascínio que ele (o poeta) tem por ela (a amada).
O eu-lírico, como já dito antes, apresenta Leonor fisicamente e psicologicamente pelo uso de expressões como:
formosa;
mãos de prata;
cinta de fina escarlata;
cabelos de ouro entrançado.
Ele também usa a seguinte hipérbole: "Tão linda que o mundo espanta."; onde o sujeito poético elogia a beleza da sua amada de forma intensa e exagerada.

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